Seguradoras insistem em não divulgar centros de reclamação e provedor de cliente
Seguros. Há seguradoras a violarem a orientação do regulador ao não informarem os clientes da existência do centro de reclamação e sobre a figura do provedor de cliente. É uma denúncia da provedoria dos clientes.
lgumas seguradoras não têm cumprido o aviso 1/15 da Agência Angolana de Regulação e Supervisão de Seguros (Arseg), que orienta a informar os segurados da existência de centro de reclamação e da figura do provedor de clientes, em caso de demora na resolução dos sinistros.
A denúncia é do provedor de clientes, Jorge Manuel, para quem a situação é resultado do tempo que as seguradoras levaram para considerar o aviso.
“O aviso obriga que, ao entregarem-se as apólices aos clientes, estes devem ser informados de que, em caso de reclamação, existe um centro de reclamações, com os contactos devidamente identificados. E, se o centro não der resposta à medida, noutra instância está o provedor de cliente”, explicita o provedor, considerando “fundamental” que cada uma das seguradoras tenha o centro de reclamações, um órgão autónomo que reporta directamente ao conselho de administração.
Jorge Manuel não tem dúvidas de que a inobservância, desencadeada pela falta de organização interna, contribui para a demora na resolução dos sinistros. “É verdade que, muitas vezes, vamos ter situações de seguradoras que levam muito tempo para resolver os sinistros, isso tem que ver com a sua organização interna. A área de sinistros tem de ser funcional, rápida a resolver. A seguradora, quando os peritos fecham a investigação, tem 30 dias para a indemnização”, explica, sublinhando que “os sinistros demoram a serem regularizados porque, muitas vezes, os segurados não apresentam reclamação aos centros de reclamação das seguradoras”.
Jorge Manuel sugere aos segurados a fazerem seguros através de mediadores ou corretores, pelo facto de exercerem um “papel central” na divulgação de informação e acompanhamento, na eventualidade de demora na resolução de sinistros ou renovação de seguros.
À semelhança do que consta dos dois últimos relatórios de reclamações da Arseg, o provedor recebe frequentes queixas no segmento automóvel, seguido da saúde e empresas.
De acordo com o relatório de reclamações do primeiro semestre deste ano, foram registadas 217 queixas de seguros, com destaque para o segmento não-vida. Das 17 seguradoras que reportaram as informações, a Saham Angola registou maior número de reclamações com um total de 103.
Para Jorge Manuel, nos últimos tempos, o sector dos seguros não tem crescido por conta da crise que levou as famílias a preocuparem-se mais com questões alimentares. E observa que os valores dos prémios foram ajustados tendo em conta o ajuste cambial. “Pode estar a parecer que temos mais prémios, mas, na verdade, não temos. Não houve um crescimento dos prémios brutos, o que houve foi uma desvalorização da moeda, que fez com que as seguradoras aumentassem o valor dos prémios”, refere, apontando como uma das razões a implementação do IVA.
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